sábado, 26 de abril de 2014

Simbolo - Cinco vezes e a caveira Celta.

Simbolo - Cinco vezes e a caveira Celta. 


O cranio faz mais do que apenas proteger o cérebro, através dos séculos ele também estimula a mente e a imaginação da raça humana. A caveira é usada há milhares de anos para representar a mortalidade dos seres humanos, e também seu poder. Este símbolo de conhecimento, mortalidade e poder, tem sido - por dezenas de milhares de anos - empregado em cerimonias, rituais e na arte. Todas as culturas usam crânios e caveiras para expressar idéias sobre a vida e a morte. Sabemos disso através de artefatos arqueológicos, descobertos em túmulos pré-históricos. Até hoje caveiras são usadas na magia, em rituais, na arte e até em logomarcas; elas representam uma imagem comum, que todos temos dentro de nosso corpo, mas que  para a maioria se revela apenas após o desencarne.

Na cultura Celta antiga a caveira tinha grande importância. Para os celtas o cranio simboliza:

Tempo 
Concentração
Iniciação
Criação
Portal de entrada e saída
Divindade
Poder

A cultura celta, não diferentemente de outras culturas ancestrais, viu na cabeça, ou cranio, uma fonte de poder. Alguns textos antigos apontam o cranio como a casa da alma. Achados arqueológicos nos mostram crânios celtas jogados em poços sagrados, como oferenda. Aquela civilização possuía profundos conhecimentos de magia. Eles sabiam que a água carrega informação, significados de purificação, limpeza e fluidez de movimento, as emoções são também representadas pela água. Então, se as caveiras simbolizam a morada da alma e do poder, talvez, atirando os crânios às profundezas escuras da água do poço sagrado, havia a intenção de limpar a alma, ou oferecer clareza divina, renovação para a alma.




Poços sagrados não são o único lugar onde foram encontrados crânios, como objetos ritualísticos, nos reinos celtas. Foram encontradas várias esculturas de crânios, usados para decorar portas e corredores dos antigos pontos cerimoniais e santuários.

O folclore Celta fala também de crânios falantes. A cabeça decepada de Bran, o Abençoado. Um lendário deus celta de proporções gigantes,manteve-se animada após sua desencarnação. Bran sabia que ia morrer de qualquer jeito, devido a um ferimento feito por uma lança envenenada.Então ele pediu a seus homens para cortarem sua cabeça, enterrando-a em solo sagrado. A lenda conta que a cabeça de Bran manteve os homens entretidos durante a viagem. Falando, cantando e contando piadas por todo o percurso.

Claro, isso é um mito, fica difícil legitimar uma lenda que conta sobre um cranio falante. Entretanto, se olharmos de maneira ampla, podemos enxergar as coisas por outra perspectiva. Os Celtas eram obcecados e ficavam extasiados com a ideia de passagens, portas, portais, orifícios, que levavam ou passavam por outras dimensões. Considerando os cinco orifícios existentes no cranio humano - dois olhos, duas cavidades do nariz e uma na boca - o número de orifícios no crânio se encaixa perfeitamente com o poder místico dos celtas, relacionado ao número cinco.

De fato, quase todas as culturas que possuíram capacidade espiritual para observar seu mundo, e o Universo em que ele gira, tem cinco temas simbólicos principais. Os quatro primeiros temas intemporais são os quatro pilares da vida, encontrados em inúmeras culturas. Incluindo a Celta, e que são bastante simples de serem compreendidos. Eles lidam com estruturas clássicas, como, por exemplo:


• Quatro elementos: Fogo, Terra, Ar, Água
• Quatro direções: Norte, Sul, Leste, Oeste
• Quatro estações: Verão, Inverno, Primavera, Outono

Mas e sobre o quinto elemento?





(O círculo verde no centro representa o quinto elemento.)



Os quatro primeiros temas são atemporais, honrados pilares da vida encontradas em inúmeras culturas (incluindo a Celta) e são bastante simples. Eles lidam com estruturas clássicas. Por exemplo:

Nossos antepassados espiritualmente sagazes pressionaram suas mentes fora do confinamento rígido como quatro "lados" de uma caixa e compreenderam o conceito de uma essência mais expansiva para unificar o que havia em comum entre os quatro elementos. Esse é o momento onde o quinto elemento faz a sua aparição no pensamento esotérico.

Juntas, as cinco denominações criam uma força equilibrada e unificada que, possivelmente, pode e deve ser aproveitada pela mente humana.
Batendo em equilíbrio, quem sabe que tipo de conhecimento pode ser adquirido?
Os Druidas sugeriram que haveria englobamento de um todo de iluminação quando os cinco aspectos da natureza fossem equilibrados dentro da compreensão humana. 
O símbolo celta cinco vezes pode ser usado como uma campanha de ampliação da mandala. Você pode facilmente cair em círculos de interconexão e encontrar uma profundidade no sentido de que outra forma poderia ser esquecida em um olhar superficial. Por exemplo: os segmentos do ano celta localizado no centro do círculo (quinto elemento) círculo.





Esse padrão também representa o equilíbrio.
Os quatro círculos externos simbolizam os quatro elementos: terra, fogo, água, ar.
O círculo do meio une todos os elementos com o objetivo de alcançar o equilíbrio entre os quatro elementos ou energias.

Os significados celtas em torno do motivo de cinco vezes são fascinantes e a sua interpretação possui longo alcance.




É impressionante a ideia de integração que ele traduz, se bem que ideia não é exclusivamente Celta. Na verdade, quase todas as culturas possuem capacidade espiritual para observar o seu mundo e o universo em que ela gira e que é uma das muitas interpretações do símbolo cinco vezes.

Explorando o equilíbrio cinco vezes, quem sabe que tipo de consciência pode ser adquirida?

Os Druidas nos mostraram uma iluminação abrangente, ao equilibrar racionalmente os cinco aspectos da natureza, dentro de compreensão humana. Os significados celtas, por trás desse conceito, podem facilmente encher um livro. Além disso, existem três grandes aberturas no cranio, e três é também um número sagrado para os celtas, significa uma dança progressiva entre o banal e o cósmico, gerando um novo rumo na percepção. Ao alinharmos estes três orifícios principais, encontrados no cranio humano, encontramos um triangulo, outra simbologia com forte apelo, pois representa a transição, a magia e a criação.

Ainda sob o aspecto da geometria divina, a cabeça, ou o cranio, em si,é, como podemos perceber, circular. Os olhos são circulares também, e os círculos são símbolos celtas comuns para os ciclos de tempo, bem como à imortalidade e integridade. Os círculos representam uma essência de conectividade energética, vasta e infinita.

Talvez os celtas, em sua percepção expandida da realidade, tenham também usado o símbolo do cranio como um oráculo. Podemos concluir que, quando mergulhados em transe profundo, ou meditação, os olhos e a boca do cranio se abriam, como janelas cósmicas, portais que levavam ao conhecimento etérico. É elementar chegarmos a esta conclusão, especialmente levando-se em conta que a cabeça ou cranio, de acordo com a filosofia Celta, era um símbolo que representava a morada do poder divino dentro do corpo humano.

Como "casa do pensamento, da alma", a cabeça ou cranio, tinha profundo significado na vida dessas pessoas. Este fato pode ser atestado através da presença prolífica do cranio humano, em sua forma natural, em representações rituais ou artísticas, nos achados arqueológicos de oferendas, trabalhos artísticos e escritos célticos, que corroboram a relevante importância simbólica do cranio, da caveira, no folclore daquela civilização.


O estudo dos fatos históricos, ligados à mitologia e a cultura Celta, nos levam a ver a caveira com outros olhos, com os olhos de nossa própria caveira, comum a todos os seres humanos.

A simbologia contida na caveira celta traz a percepção do potencial humano, servindo como memorável símbolo de humildade, mostrando a temporalidade cíclica da vida terrena. Considero as caveiras como objetos mágicos, simbologia da dualidade entre o terreno e o cósmico, o divino e o mortal, alojados simbioticamente dentro de um mesmo veículo.


Se você ainda sente medo ao olhar ou imaginar uma caveira. Se você acha que o cranio humano é um símbolo macabro, ou objeto de adoração demoníaca, talvez a a lenda da Caveira Celta possa lhe ajudar a enxergar a caveira com outros olhos. Com os olhos do seu próprio crânio. Esta lenda pode lhe ajudar a ver através das janelas de sua própria alma, abrindo-lhe as portas da percepção.

A Lenda da Caveira Celta

Era uma vez um granjeiro que tinha apenas um filho. Este filho morreu e o pai não quis ir ao enterro porque antes houve uma briga entre eles. Passado um tempo, morreu um vizinho e ele foi ao seu enterro. Depois da cerimônia e ainda estando o granjeiro no cemitério, olhando distraído ao redor viu uma caveira.

Juntou-a e disse, pensativo:

- Gostaria de saber alguma coisa sobre ti...

E a caveira falou:

- Amanhã irei passar a noite contigo, se vieres passar outra noite comigo.

- Assim farei - disse o granjeiro.

No caminho de volta, encontrou um sacerdote e comentou o que tinha ocorrido. O sacerdote lhe disse que deveria ter sonhado, posto que as caveiras não falam. O granjeiro lhe contou que na noite seguinte seria visitado pela caveira, e o sacerdote concordou em ir. Assim, na noite seguinte, estavam o granjeiro e o sacerdote conversando quando, em seguida, chamaram à porta e apareceu a caveira. Ela subiu à mesa e comeu tudo que nela havia. Depois, saiu e desapareceu.

- Por que não falaste nada? - inquiriu o granjeiro ao sacerdote.

- Por que TU não falaste? - respondeu o outro.

Na noite seguinte, como dia combinado com a caveira, o granjeiro foi até o cemitério e, não vendo nada, desceu os três degraus que estavam junto à Igreja. De pronto se encontrou no meio de um campo, cheio de homens que lutavam entre si. Ao ver o granjeiro, perguntaram-lhe se procurava o crânio. Ao assentir, eles disseram:

- Acaba de ir para o campo ao lado.

No outro campo viu homens e mulheres que lutavam entre si.

- Estás procurando um cranio? - perguntaram - Pois bem, acaba se ir ao campo do lado.

O granjeiro se foi ao campo do lado e viu uma grande casa. Ao entrar viu que era a habitação de uma dama e uma criada. A dama caminhava de um lado a outro da casa, e cada vez que chegava perto do fogo para se aquecer, a criada a empurrava. Também lhe perguntaram se buscava um cranio e que se era isso, que saíra pela porta esquerda da casa e por ali saiu o granjeiro. 

Ao entrar na casa contígua, encontrou a caveira e esta lhe perguntou se queria cear, com o que assentiu o granjeiro. A caveira o conduziu a cozinha onde estavam três mulheres. A caveira pediu a uma delas que servisse a ceia, e esta serviu pão preto e uma jarra d'água, o que ele não conseguiu comer. Em seguida pediu à segunda mulher que fizesse o mesmo, e ela serviu pior ao granjeiro do que a primeira. Por fim a caveira pediu à terceira mulher, e esta serviu uma deliciosa refeição, com uma profusão de pratos e excelentes vinhos. Depois de comer, perguntou ao cranio o que tinha sido aquilo.

- Os homens que viste no primeiro campo se dedicavam a lutar entre si enquanto estavam vivos, porque tinham terras próximas e se acostumavam a mover as estacas e agora precisam lutar entre si para sempre. Os homens e mulheres que viste eram casais casados que viviam a brigar e agora devem seguir eternamente em brigas. 
A senhora que viste na casa e que a criada não deixava se aquecer fez o mesmo com a criada, que um dia chegou molhada e com frio, e agora a criada faz o mesmo com ela, até o dia do Juízo Final. As três mulheres na cozinha foram minhas três esposas. Quando pedia à primeira que me preparasse a ceia, me oferecia pão preto e água, a segunda ainda coisa pior mas a terceira me servia o banquete que ceiaste.

A caveira então olhou lugubremente o lavrador e disse:

- E quanto a ti, foste trazido a este lugar por não querer ir ao funeral do teu filho, apesar de teres ido ao de um vizinho. Assim, sugiro que, se queres te salvar, vá onde enterraram teu filho e pede-lhe perdão e, caso o obtenhas, saiba que desde o dia que saíste de casa até chegar aqui se passaram 700 anos.


O lavrador ficou petrificado e, como despertando de um sonho, se viu caminhando pelos campos, por lugares que antes ele havia passado mas que haviam mudado de forma pelo tempo transcorrido. Ao fim chegou ao cemitério e conseguiu localizar a tumba do filho . Ali se ajoelhou e pediu perdão. O perdão a seu filho. Por fim surgiu uma mão da tumba, que tomou a sua e ambos, pai e filho, subiram juntos ao céu.

Fonte: http://caminhocelta.blogspot.com.br/2010/01/simbolo-celta-cinco-vezes.html

http://almanaquemistico.blogspot.com.br/2012/12/durante-seculos-os-simbolos-e-sinais.html
http://floresemcasa.blogspot.com.br/2011/08/caveira-celta.html

By: Kami GV.

Nenhum comentário:

Postar um comentário