quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Poema - Crânio imerso.


Crânio imerso 

Sobre o crânio do passado
Você escreve seu novo presente
Com uma trilha bonita
Uma melodia envolvente
Com a voz que não me pertence
Com o toque que não sinto
O crânio derrama lagrimas de gelo em solo árido
E sua garganta inexistente se fecha ao sentimento batido
As mãos querem se tocar, mas se mantem longe
Os dedos querem se entrelaçar, mas continuam distantes
E enquanto isso eu finjo que o tenho a meu lado
Com um sorriso que não se abre
Com um beijo que não se sente
A temperatura sobe e cai, e ainda fico apenas do lado de fora
Decorando seu aroma
Lembrando de seu brilho
Vivendo em minha memoria
E tão bela são palavras nunca ditas
Fechadas em meus lábios partidos
Engulo-as com um copo de acido
Mal digeridas
Mal vividas
Complicadamente sentidas
E agora eu sinto
A poderosa força repelente
Vem de onde não se conhece
Vem de onde não se entende
Então eu guardo meu amor
Mas sobre ele não minto
Fecho-o em meu peito
Tranco-o em minha mente. 

By: Kami GV. 

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